BRINCADEIRAS DE ONTEM E DE HOJE
Objetivo:compreender o brincar como ação humana fundamental para o desenvolvimento da pessoa e dos grupos sociais, em diferentes épocas e espaços.
Desenvolvimento do trabalho:1 – Comece perguntando quais são as brincadeiras preferidas das crianças. Faça uma relação dos nomes das brincadeiras citadas, em um cartaz, e guarde para uma discussão posterior.
2 – Reserve dias, horários e materiais (se for o caso) para as crianças vivenciarem as brincadeiras mais citadas.
3 – Durante as brincadeiras – das quais você pode participar ou não – registre como as crianças
se organizam para brincar; quem fica de fora e por quê; quais as negociações mais freqüentes
entre elas; como vai a sociabilidade da turma, etc. Procure analisar esse momento a fim de que sejam incorporadas as contradições e as tensões sempre presentes nas relações humanas. Ou dito de outra forma: tomar cuidado para não ser moralista e “pregar sermão”, na direção de um “bom” comportamento das crianças, de modo que simplifique o que é complexo.
Veja o que diz a respeito um trecho do capítulo "O brincar como um modo de ser e estar no mundo":
Compartilhando brincadeiras com as crianças, sendo cúmplice, parceiro, apoiando- as, respeitando-as e contribuindo para ampliar seu repertório. Observando-as para melhor conhecê-las, compreendendo seus universos e referências culturais, seus modos próprios de sentir, pensar e agir, suas formas de se relacionar com os outros. Percebendo as alianças, amizades, hierarquias e relações de poder entre pares.
Estabelecendo pontes, com base nessas observações, entre o que se aprende no brincar e em outras atividades, fornecendo para as crianças a possibilidade de enriquecerem-nas mutuamente. Centrando a ação pedagógica no diálogo com as crianças e os adolescentes, trocando saberes e experiências, trazendo a dimensão da imaginação e da criação para a prática cotidiana de ensinar e aprender.
Enfim, é preciso deixar que as crianças e os adolescentes brinquem e aprender com eles a rir, a inverter a ordem, a representar, a imitar, a sonhar e a imaginar. E no encontro com eles, incorporando a dimensão humana do brincar, da poesia e da arte, construir o percurso da ampliação e da afirmação de conhecimentos sobre o mundo.
Dessa forma abriremos o caminho para que nós, adultos e crianças, nos reconheçamos como sujeitos e atores sociais plenos, fazedores da nossa história e do mundo que nos cerca.
4. a – Quando terminarem de brincar e de conversar a respeito do que se passou, é momento de ouvir as crianças: o que fizeram, como se sentiram, o que tiveram que negociar com o outro, etc. Lembre-se de que o comentário é um gênero textual que prevê uma certa explicação (sobre um fato, um texto escrito, um filme, etc.) e a opinião de quem comenta. Novamente, veja que há uma diferença entre o que se propõe aqui e a atividade permanente, anteriormente explicitada. Na atividade permanente, é “brincar por brincar”. É “brincar como experiência de cultura”, mesmo considerando que o espaço escolar é um contexto específico que também constrói suas relações com as crianças, diferentemente da rua, da casa, etc.
4. b – Uma outra maneira de trabalhar o “depois da brincadeira” é solicitar que as crianças façam colagens, pinturas, modelagens que representem o que viveram, o que experimentaram, o que sentiram quando estavam brincando.
5. a – Solicite que a turma pesquise – em casa, na biblioteca da escola/da cidade, na Internet,
com familiares e amigos – livros que tratem de brincadeiras de crianças. Marcar dia para que todos tragam suas contribuições e socializem uns com os outros. Conversar a respeito das brincadeiras pesquisadas. Comparar com a lista feita no item 1 desta seqüência.
5. b – Se possível, mostre às crianças uma reprodução do famoso quadro de Bruegel “Brincadeiras de rapazes”, que foi pintado em 1560 e está em um museu de Viena, na Áustria. É
uma aldeia medieval, pequena e antiga, em que há muitos brinquedos e brincadeiras. Veja, então, se sua turma reconhece algumas delas: pula-sela? Roda arco? Cambalhota? Quais mais?
5. c – Se possível, mostre também reproduções de telas de Portinari, como “Jogos Infantis” (1945), “Brincadeiras infantis” (1942), “Meninos soltando pipas” (1943), “Menino com pião” (1947), “Futebol” (1935) cujos temas são a infância e o brincar. Discuta formas, imagens, cores usadas pelo artista.
Obs.: há um livro muito interessante, chamado “Brinquedos e Brincadeiras”, de Nereide Schiaro Santa Rosa (Editora Moderna, 2001), que traz muitas reproduções de pinturas e esculturas de artistas brasileiros e estrangeiros
6 – Peça que os estudantes pesquisem a respeito das brincadeiras dos pais, avós, tios, primos mais velhos, em seus tempos de criança. Solicite que gravem, escrevam ou peçam para alguém escrever as regras de como se brincava cada uma das brincadeiras.
7 – Em dia e hora, previamente marcados, organize a turma em pequenos grupos para que contem uns para os outros a respeito das brincadeiras pesquisadas.
8 – Solicite que cada grupo explique para o grande grupo uma ou duas brincadeiras, entre todas as trazidas pelas crianças, em momento reservado especialmente para isso.
9 - Proceda, junto com as crianças, a uma seleção das “brincadeiras de antigamente”, entre aquelas que foram apresentadas. Aproveite para categorizar as brincadeiras trazidas, com alguns critérios, como: brincadeiras com o corpo, brincadeiras com bola/sem bola, brincadeiras de meninas/meninos/ambos (e outros critérios estabelecidos por você e sua turma). Façam depois uma votação das brincadeiras já conhecidas e experimentadas pelas crianças, usando, para a contagem dos votos, gráficos e tabelas. Essa é uma boa oportunidade para trabalhar a linguagem gráfica da matemática.
10 – Organize espaço, tempo e materiais para que as crianças brinquem as “brincadeiras de antigamente”. Se possível, convide familiares dos estudantes para esse momento. Cada familiar pode ficar em um pequeno grupo para também brincar.
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